A Americanas, controlada pelo trio Jorge Paulo Lehman, Marcel Teles e Beto Sucupira, entrou com um pedido de recuperação judicial devido a suas dívidas que somam R$ 43 bilhões e envolvem credores financeiros, trabalhistas e fornecedores. A recuperação judicial é uma trégua que a companhia pede à Justiça para não pagar suas dívidas enquanto tenta se recuperar. O único credor que ficou de fora foi o banco BTG, porque obteve uma liminar na Justiça.
Esse é o quarto maior caso de recuperação judicial já registrado no país, perdendo apenas para as recuperações judiciais da Odebrecht (R$ 80 bilhões), Oi (R$ 65 bilhões) e Samarco (R$ 65 bilhões). A crise da Americanas foi desencadeada por uma “inconsistência contábil” de R$ 20 bilhões descoberta pelo executivo Sérgio Rial, que havia sido nomeado como novo CEO da companhia. Estão em andamento investigações para saber se houve uma fraude e se o 3G, do trio de empresários, considerados ícones do capitalismo brasileiro, estavam envolvidos.
Depois do pedido de recuperação judicial, a Americanas precisará apresentar um plano de recuperação dos seus negócios, que geralmente envolve a venda de ativos e um pesado desconto na dívida. Os bancos precisarão provisionar as perdas em seus balanços, o que afetará a lucratividade. Além do BTG, os principais credores são Bradesco, Safra, Banco do Brasil, entre outros.
Os advogados da Americanas também estão pedindo à Justiça para derrubar a liminar obtida pelo BTG e incluir o banco na recuperação judicial. A dívida da Americanas com o BTG é de R$ 1,2 bilhão. As negociações entre a Americanas e os bancos credores estão sendo muito duras. Os credores pediam que Lehman, Teles e Sucupira fizessem uma injeção de R$ 10 bilhões a R$ 20 bilhões da empresa. O trio de empresários tem um patrimônio estimado em centenas de bilhões de reais. Eles sustentavam, no entanto, que só poderiam injetar R$ 6 bilhões e que, para isso, os bancos teriam que converter parte da sua dívida em ações.
Sem acordo, o caminho restante foi a recuperação judicial. A petição é assinada pelos escritórios Salomão Advogados e Basilio Advogados. O banco Rothschild também representa a Americanas.
É importante lembrar que a recuperação judicial não significa que a Americanas esteja falido, mas sim que está passando por dificuldades financeiras e precisa de tempo e recursos para se reorganizar e continuar operando. A empresa continuará funcionando normalmente durante o processo de recuperação e a meta é encontrar uma solução para suas dívidas de forma a garantir a continuidade dos negócios e a satisfação dos credores.
A situação da Americanas é acompanhada de perto pelos investidores e pela sociedade, uma vez que é uma das maiores e mais conhecidas empresas do país. A recuperação judicial pode ser um desafio, mas também pode ser uma oportunidade para a empresa se reestruturar e se fortalecer para o futuro. O processo será acompanhado de perto pela Justiça e pela equipe de recuperação judicial, e é importante que a Americanas trabalhe de forma transparente e colaborativa para encontrar uma solução satisfatória para todas as partes envolvidas.
Os clientes e funcionários da Americanas também devem estar cientes da situação e entender que a recuperação judicial não afeta a operação diária da empresa e que seus direitos e interesses serão protegidos durante o processo. A Americanas tem uma história de sucesso e inovação e espera-se que essa recuperação judicial permita que a empresa continue crescendo e prosperando no futuro.